Um dos pontos que sempre reforçamos , em qualquer estratégia de negócio digital, é não apenas gerar tráfego para o seu site ou blog, pois sem ele, por melhor que seja seu produto ou serviço, ninguém compra o que não encontra ou que não está no momento de compra. Cada lead está em um ponto do funil, maduro ou não, você precisa oferecer conteúdos para cada etapa, mesmo que seja uma demonstração, uma pequena visão do que você oferece e ter também as informações detalhadas do lead, para lhe fornecer informações por meio de uma campanha de fluxo.
Tráfego, em poucas palavras, é o fluxo de pessoas que acessam seus canais de comunicação, sejam eles quais forem. Podemos tomar como exemplo os leitores de seu blog, seguidores nas redes sociais e no YouTube. Não existe a possibilidade de termos um negócio digital que envolva vendas sem lidar com pessoas, e as estratégias de tráfego são justamente isso, formas que os empreendedores têm de chamar a atenção e engajar público ao seu conteúdo.
Apesar de ser um tema muito discutido no meio do marketing digital, podemos observar a importância do tráfego até mesmo nos tipos de negócios tradicionais. Você já deve ter observado, por exemplo, que quando uma empresa abre uma loja em um determinado ponto, existe uma tendência de outra empresa do mesmo ramo abrir uma concorrente bem próxima a esse ponto.
Já se perguntou por que isso acontece? Essa tendência no mercado ocorre justamente por causa do tráfego. Ao abrir uma loja, os empresários precisam saber se há tráfego naquele ponto, e se aquele fluxo de pessoas faz parte do público-alvo do nicho de sua empresa, por isso é bem mais fácil abrir uma concorrente ao lado de uma loja, pois ela já fez a qualificação do tráfego no local. Isso também ocorre no meio digital quando concorrentes começam a trabalhar conteúdos para serem encontrados nos mecanismos de busca, nosso titio Google.
Qualificação do tráfego
A qualificação do lead é também uma etapa estratégica muito importante quando investimos no marketing digital. Qualificar seu tráfego, segmentando e usando testes para descobrir se aquele fluxo de pessoas realmente tem um potencial de concretizar uma compra, ou fazer negócios com a sua empresa e não apenas gerar uma manada de tráfego desqualificada, a qual vai gerar uma taxa de rejeição[3] muito alta e atrapalhando a análise de KPI’s, que vamos ver no último capítulo.
Se parar para pensar, o tráfego em si não é algo difícil de se conquistar, pois existem milhares de usuários navegando na internet a todo instante, porém conquistar um público segmentado e que tem um verdadeiro potencial de fazer negócios com a sua empresa é o objetivo principal.
É justamente por não fazer uma boa qualificação do tráfego que muitos blogs e sites, com grande número de visitas, ou com muitos seguidores nas redes sociais ainda assim fazem menos vendas do que esperam.
Por isso, o processo de qualificação do tráfego envolve desenvolver o relacionamento entre o potencial cliente e a empresa. Uma das melhores formas de fazer isso é produzindo conteúdo de qualidade, voltado para o seu nicho de mercado e oferecendo aos seus leads consistentemente.
Dessa forma, quando uma pessoa fizer alguma ação valiosa em seu site ou rede social, como por exemplo, pedir um orçamento, se inscrever em sua newsletter, cadastrar para receber um material rico ou até mesmo fazer comentários ou perguntas em seus conteúdos, pode ser um sinal que ele faz parte do seu tráfego qualificado, e você já poderá investir em levá-lo ao próximo estágio do funil.
Tipos de Tráfego
Basicamente existem duas formas de conseguir e atrair público aos seus canais de comunicação: a forma orgânica e a forma paga, também conhecida como patrocinada.
Em uma delas, a estratégia tem como objetivo atrair pessoas por meio da qualidade de seu conteúdo, do compartilhamento que as pessoas fazem naturalmente e das estratégias que fazem com que suas postagens ou vídeos sejam mais fáceis de encontrar na web, essa é a forma orgânica.
O tráfego pago ou patrocinada, como o próprio nome diz, é a forma de chamar a atenção das pessoas que fazem parte do seu público-alvo por meio de anúncios e campanhas, que são feitas e rodadas em plataformas de marketing específicas.
De qualquer maneira, não vamos nos aprofundar bastante em todos os pormenores dessas duas formas, pois o nosso foco é o inbound marketing, mas é importante ter o conceito em mente para aplicarmos e complementarmos as estratégias de aquisição de leads no seu site ou blog.
Ainda assim, no meio do empreendedorismo digital, é comum encontrarmos pessoas mais adeptas, ou que têm mais resultados, com uma ou outra forma de marketing, e naturalmente elas costumam sempre se dar melhor com uma das duas, mas não se engane, as duas formas de tráfego são essenciais e complementares para o sucesso do seu negócio. Por isso, ter um conhecimento considerável nas duas é imprescindível, mesmo que dediquemos tempo ou verba de investimento maior em parte delas. Não podemos deixar de lado um conceito muito importante que é a teoria do holofote: “para onde devemos dirigir nossa atenção; onde ter um interesse” (Popper, 1975, p.318), ou seja, se determinada estratégia possui uma conversão melhor que outra, vamos observá-la, otimizá-la e colocar um pouco mais de dedicação nela. Porém, não quero dizer que você deva se dedicar somente a essa estratégia, já ouviu os investidores citarem para não colocar todos os ovos em uma única cesta? Vamos usá-la no nosso mercado também, não queremos ficar dependente de uma única estratégia!
Em resumo, a principal diferença do tráfego pago e orgânico é que uma estratégia funciona melhor a curto prazo e a outra a longo prazo.
Quando você investe em tráfego pago, dependendo da qualidade da sua campanha, pode ter resultados quase imediatos, pois, com o poder de segmentação dos displays de anúncios você consegue atingir com eficiência e eficácia a persona do seu negócio, contanto que sua campanha esteja bem ajustada, é claro.
Já com as estratégias de tráfego orgânico, o resultado é um pouco mais demorado, pois é necessário um trabalho consistente em produzir conteúdos, além de ter que fazer todas as otimizações nas suas postagens, para que os mecanismos de busca possam anexá-los e classificá-los como relevantes para os usuários.
Portanto, um empreendedor que domina o funcionamento das duas formas e entende os momentos certos para aplicar cada uma das táticas, tem sucesso garantido em seu negócio. É importante entender que ambas estratégias são complementares e se tornam sustentáveis a longo prazo, à medida que as campanhas para tráfego orgânico passam a dar retorno, você pode direcionar a verba de tráfego patrocinado para outras estratégias de marketing. Vamos ver mais à frente que devido à concorrência, o tráfego patrocinado pode se tornar muito caro, pois além da qualidade do conteúdo, outro critério utilizado é o leilão para aparecer na frente dos concorrentes.
Vamos tratar agora dos pormenores de cada uma das duas formas de tráfego.
Tráfego Orgânico
O tráfego orgânico é a forma mais desejável para o seu negócio online, pois não depende de investimento financeiro direto, uma vez que o seu público acessa seus canais organicamente, ou seja, encontram pelas buscas nas plataformas de pesquisa ou por alguma outra fonte de tráfego que você direciona. É claro que há uma dedicação de tempo para produzir o conteúdo ou mesmo de cunho financeiro para contratar redatores especializados, além de criar uma estratégia de produzir e atualizar o conteúdo sistematicamente para seus canais, investimento esse que pode ser até mais trabalhoso do que o feito em dinheiro.
Ainda, no meio do marketing digital, o termo “tráfego orgânico” é usado muitas vezes para definir alguns conceitos que, de fato, se encaixam na definição de “tráfego não pago”, no entanto, que também apresentam algumas pequenas diferenças entre si, que podem ter impacto no seu entendimento mais profundo de suas fontes.
Em suma, poderíamos dividir o tráfego orgânico em várias subcategorias, como por exemplo, o tráfego por e-mail, tráfego das redes sociais, tráfego por link externo, tráfego por meio de afiliados, tráfego por influenciadores e até outras, no entanto, podemos resumir em duas principais, que englobam características bem evidentes e facilita nosso estudo.
O tráfego pode ser separado entre o tráfego direto e o tráfego orgânico mesmo.
Tráfego direto
A definição do tráfego direto é todo o fluxo de pessoas que acessa o seu site sem que esteja vindo de outro website. Em outras palavras, quando alguém acessa seu site usando diretamente a sua URL, digitando na barra do navegador ou quando você encaminha por Whatsapp ou Telegram.
De fato, muitas pessoas que falam sobre o assunto classificam o tráfego direto sem nenhuma distinção do tráfego orgânico, no entanto, algumas análises podem ser feitas, uma vez que você faz essa separação.
Caso você use alguma ferramenta que disponibilize métricas sobre quantas pessoas acessam seu site, o tráfego direto será aquela parcela do seu tráfego da qual não haverá informações referentes de onde se originou. Vamos ver como metrificar cada tráfego e sua importância no último capítulo deste livro.
Ainda, se você tem um blog ou site sem foco para gerar tráfego ou algo do gênero, esse dado pode se tornar irrelevante, e isso explica o porquê de muitas pessoas da área não darem a atenção devida ao tráfego direto.
Porém, se o site de sua loja ou empresa tiver um número considerável de tráfego sem informações sobre qual é a sua fonte, então existem algumas conclusões que você pode tirar a partir daí. Eu defendo a necessidade de metrificar de onde está vindo o tráfego, saber qual a mídia que mais traz retorno e tem sucesso e até documentá-la para uma campanha futura, que possa ser replicada e otimizada em uma próxima.
Um ponto que talvez pode estar acontecendo é que sua marca está começando a se tornar relevante no mercado. O tráfego direto requer que o usuário utiliza sua URL, e com isso podemos deduzir que esse é um cliente altamente engajado na sua empresa.
Não só isso, pois essa informação pode ajudar em como melhorar ou ampliar sua estratégia de marketing, no geral.
Outras possíveis fontes de tráfego direto, que podem ser levadas em consideração, são as de tráfego de links enviados por e-mails, tráfego a partir de aplicativos da empresa e o tráfego dos seus próprios empreendedores, por exemplo.
O que gera o tráfego orgânico
Quando falamos de tráfego orgânico, englobando também o tráfego direto, as estratégias que temos para gerá-lo não se diferenciam muito. Você começará a ter resultados, nesse sentido, quando sua empresa ou marca começar a ter certa autoridade no seu nicho, e para conquistar isso você precisa produzir conteúdos de alta qualidade, e também tornar seus conteúdos mais valiosos ainda, por meio de otimizações que o deixam mais fáceis de serem consumidos.
Além disso, ao se focar no quesito qualidade, existem diversos pontos que podem ser ressaltados, como por exemplo, o comprometimento com informações verdadeiras, o design agradável, a consistência nas postagens, pontos de conversão em leads e que levam a outro conteúdo e em outro ponto qualificado do funil.
De fato, qualidade segue uma série de pontos subjetivos, e que variam para cada nicho de seu conteúdo.
Por exemplo, um texto num blog de advocacia tem critérios de qualidade totalmente diferentes de um blog de concursos públicos, por exemplo. No entanto, é sempre importante falar de coisas que temos familiaridade e propriedade. Finalmente, o segundo ponto é o mais importante, quando se trata de tráfego orgânico, que são os ajustes e otimizações para melhor ranquear seu conteúdo, ou na linguagem do marketing digital, o SEO.